Taxação nas importações: como ajudam o comércio local?

Quem está acompanhando o noticiário certamente deve ter ouvido, em algum momento, sobre a taxação nas importações feitas pelo governo. Dessa forma, compras internacionais feitas em sites como Shein, AliExpress e Shopee estão sofrendo tributações que acabam surpreendendo o comprador.

Com um futuro ainda incerto para as importações (uma vez que o governo ainda está conversando para definir exatamente como seguir com essas questões), há um cenário cada vez mais favorável para o empreendedor local.

Por que a taxação nas importações aumentou?

Para quem se pergunta sobre os motivos relacionados à taxação nas importações, há duas explicações possíveis para isso. Uma delas seria o aumento no valor arrecadado em impostos, que pode chegar a algo entre 7 e 8 bilhões de reais anualmente com as novas medidas.

Já o segundo ponto seria tentar proteger as empresas nacionais que acabam pagando impostos e, no fim, enfrentam a concorrência desleal de empresas localizadas em outros países que vendem seus produtos por aqui sem nenhum tipo de taxação.

Dessa forma, a fiscalização aduaneira, que antes era feita por amostragem, certamente vai ficar ainda maior com importações, especialmente de produtos vindos da China. E aí, a pergunta que fica no ar é: como essas mudanças vão ajudar os comerciantes locais?

Como a taxação nas importações pode beneficiar o comércio local?

Para quem tem um pequeno comércio e sentia um pouco do peso dessa disputa contra as empresas que fazem importações de produtos com preços mais baixos, veja a seguir algumas das vantagens para o e-commerce local.

1 – Preço certo

Um dos principais fatores para as pessoas comprarem roupas e outros produtos em sites chineses é a questão do preço. Com a taxação nas importações, o valor final do produto passa a ser uma grande loteria para o comprador, que não sabe exatamente quando pagará no total pela mercadoria.

Dessa forma, o comerciante local pode usar esse fator como um aliado para montar uma boa política de preço, pesquisando e levantando o máximo possível de informações. Dentre as principais, podemos destacar:

• Custos do produto;
• Margem de contribuição;
• Custos do próprio e-commerce;
• Posicionamento do seu produto no mercado;
• Descontos.

Com esses pontos em mente, você conseguirá encontrar o valor apropriado para o seu produto, garantindo uma competição leal até mesmo localmente sem perder nada no processo.

2 – Frete mais preciso

Outro ponto importante para garantir sucesso nas vendas é planejar uma boa política de frete, seja com transportadoras, usando os Correios ou contratando um entregador particular.

Com a possibilidade de um produto importado ficar parado mais tempo na alfândega, além da incerteza do preço final também há a impossibilidade de saber exatamente quando o produto vai chegar em sua casa. Dessa forma, comprar localmente pode ser a saída para quem deseja uma previsão mais exata da entrega do item adquirido.

Vale lembrar que as lojas que estão sofrendo taxação nas importações são bastante visadas em períodos como Dia das Mães e Black Friday, apenas para citar alguns exemplos. Dessa forma, você garante que os compradores vão receber seus produtos em segurança, com um valor justo e dentro do prazo para a comemoração.

3 – Mais lucro nas datas comemorativas

Outro ponto importante nessa equação é que muitas pessoas já aguardavam os grandes períodos promocionais ao longo do ano para comprar no exterior pagando menos – e é nesse ponto que o comerciante local pode conseguir algum destaque.

Trabalhando com bons preços, desconto e um frete funcional capaz de cumprir o prazo proposto, as chances de atrair uma parcela desses clientes que compravam no exterior tende a aumentar com a aproximação de períodos como Natal e Dia dos Namorados, por exemplo.

Pontos a serem observados caso decida importar

Para aqueles que ainda pretendem seguir fazendo importações, é preciso considerar os seguintes pontos:

• Nas compras internacionais há a alíquota de 60%, que considera o valor aduaneiro para compras de até US$ 3 mil ou cifra correspondente em outra moeda;
• A isenção de impostos só acontece em produtos de US$ 50 em compras feitas entre pessoas físicas, desde que não configure transação comercial. Por conta disso, um e-commerce não se enquadraria nesse quesito;
• Se a sua compra for feita em reais, a tributação será na nossa moeda. Caso seja em dólar, a taxação será na moeda americana, o que pode encarecer um pouco as coisas;
• Dependendo do estado, a importação pode ter o acréscimo do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços.

Conclusão

Ainda é cedo para dizer se as importações vão diminuir drasticamente, mas o fato é que, com as novas medidas do governo, há grandes chances de cada vez mais pessoas passarem a olhar as opções de compra oferecidas no Brasil, o que certamente vai ajudar o e-commerce local.

Se está interessado em saber mais sobre o futuro do e-commerce, confira o nosso post Futuro do e-commerce: veja as principais tendências para ficar por dentro de tudo que vem por aí para o comércio eletrônico.